A noite deste sábado prometia ser de mais um fim de semana de diversão
para os amigos de infância Roberto de Souza, 16 anos, Carlos Eduardo da
Silva Souza, 16, Cleiton Corrêa de Souza, 18, Wesley Castro, 20, e
Wilton Esteves Domingos Junior, 20, conforme relatos de familiares. Eles
tinham acabado de voltar do Parque de Madureira, na Zona do Norte, e
iam lanchar por volta das 23h na comunidade de Costa Barros, quando o
carro em que estavam foi alvo de inúmeros disparos na Estrada João
Paulo, na altura da curva do Vinte, Subúrbio do Rio. Policiais militares
são suspeitos de atirar contra os jovens e alterar a cena do crime, de
acordo com as investigações da 39ª DP (Pavuna).
A Polícia Militar informou, em nota, que os quatro agentes que
participaram da ação foram presos. Três deles vão responder por
homicídio doloso e fraude processual, e um deles somente por fraude
processual, de acordo com a Polícia Civil. Ao lado do carro, foram
encontradas luvas ensanguentadas e uma arma. A chave do carro foi vista
no porta-malas.
Pai de uma das vítimas, Carlos Henrique diz que o filho Carlos Eduardo
tinha acabado de concluir um curso de Petróleo e Gás e se preparava para
tentar concurso para a Marinha. "Eles chegaram a levantar os braços
para fora e gritaram que eram moradores, mas não teve jeito", lamentou o
taxista Carlos Henrique do Carmo Souza, 34 anos.
"Era um menino extremamente carinhoso e estudioso. Recebi essa notícia
agora de manhã quando estava saindo para trabalhar", disse Carlos, que
não mora na comunidade pois é separado da mãe de Carlos Eduardo.
Há 18 dias, ele teve outro familiar ferido vítima da violência. "Minha
enteada estava na porta de casa brincando quando foi baleada na perna.
Ela só tem oito anos e está com a bala alojada na perna. Minha esposa
ficou desesperada. Agora isso com meu filho", disse Carlos, visivelmente
emocionado.
Para o padrasto de Cleiton, Jorge Vieira, 61 anos, os policiais não
deram chance nem dos rapazes dizerem quem eram. "Nossos filhos vinham do
Parque de Madureira e esses policiais não deram chance deles se
defenderem. Não tenho nem palavras para falar. Minha mulher está em
estado de choque", afirmou Jorge, destacando que Cleiton tinha acabado
de sair do quartel e estava trabalhando em um lava-jato com os outros
dois irmãos.
Os familiares dos jovens querem fazer o sepultamento dos cinco amigos juntos.
"Eles estavam voltando para casa, se depararam com a PM, levantaram a
mão, mas não adiantou. Receberam mais de 20 tiros, a maioria na cabeça. A
gente não sabe o que levou a polícia a fazer isso. Com certeza
confundiram", afirma a madrasta de uma das vítimas.
Nota da Polícia Militar
O comando do 41º BPM
(Irajá) abriu um Inquérito Policial Militar (IPM) para esclarecer as
circunstâncias da ocorrência em Costa Barros, na noite deste sábado
(28/11), envolvendo policiais do batalhão. Os agentes estão presos e
serão transferidos para a Unidade Prisional. Os policiais responderão
perante à Justiça comum e perante à Justiça Militar.
Nota da Polícia Civil
De acordo com a 39ª DP (Pavuna), os policiais militares Thiago Resende Viana Barbosa, Marcio Darcy Alves dos Santos e Antonio Carlos Gonçalves Filho foram presos em flagrante por homicídio doloso e fraude processual, e o policial Fabio Pizza Oliveira da Silva por fraude processual.
De acordo com a 39ª DP (Pavuna), os policiais militares Thiago Resende Viana Barbosa, Marcio Darcy Alves dos Santos e Antonio Carlos Gonçalves Filho foram presos em flagrante por homicídio doloso e fraude processual, e o policial Fabio Pizza Oliveira da Silva por fraude processual.
Ainda segundo a unidade, foi realizada
perícia no local e os corpos de Roberto de Souza Penha, 16 anos, Carlos
Eduardo da Silva de Souza, 16 anos, Cleiton Correa de Souza, 18 anos,
Wilton Esteves Domingos Junior, 20 anos e Wesley Castro Rodrigues, 25
anos, foram encaminhados para exame de necropsia no IML. As armas dos
policiais militares foram apreendidas e os veículos estão sendo
periciados. Testemunhas estão sendo ouvidas.
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